
Contudo, me incomodaram as recomendações fornecidas à imprensa pelo relator do agravo, ministro Ives Gandra Martins Filho, em que sugere que as empresas e os órgãos públicos façam como o TST e restrinjam o acesso à internet pelos funcionários, proibindo qualquer contato com Orkut, blogs, Youtube, MSN ou sites de pornografia, por exemplos.
Note que, ao colocar uma aplicação num mesmo cesto da pornografia, dá-nos a impressão de que as comunidades do Orkut são povoadas por pedófilos e tarados, que os blogs são criados e mantidos por exibicionistas, que o Youtube é um festival de sexo explícito, ou ainda, que o MSN foi criado para a sedução. Isso não é exagero, é mentira.
Como diz o Pepe, fazer com que o empregado trabalhe não é tarefa de “proxy”, é tarefa do chefe. Confiar a identificação de maníacos e estranhos no ambiente de trabalho ao “sistema de segurança da rede” é uma grande besteira, isso é missão para departamentos como os de gestão de pessoas.
Atribuir à internet uma função desqualificada e imoral é negar todas as virtudes da rede, inibir ou restringir seu acesso significa obstruir o desenvolvimento do pensamento, da pesquisa e da mudança organizacional.
Acredito que aqueles que pensam como o ministro devam rever suas posições e acessar as boas práticas em vários países apresentadas neste e em tantos outros blogs e sites. Verão que existem empregados de escritórios e repartições públicas que trabalham mais, melhor e com qualidade de vida porque estão conectados irrestritamente.
POST POST: A Comissão de Educação e Cultura do Parlamento Europeu, a respeito do pluralismo dos meios de comunicação, elaborou e aprovou um interessante relatório, que está sendo chamado o Estatuto da Blogosfera, cuja versão em português pode ser acessada aqui.
3 comentários:
Olá,
Adorei o blog e vou virar leitora assídua. Parabéns!
Ana Maria Dourado
Realmente, muito bom o blog.
Com relação ao post, concordo em gênero, número e grau. Pena que cada vez mais essa idéia do TST se dissemina nas empresas privadas e nos órgãos públicos. É quase um hobby dos administradores de rede.
Parabéns pelo blog.
Interesante a expressão usada pelo Bruno Kamogawa.
Será que não há mesmo um componente de voyeurismo na prática da bisbilhotagem revestida de zêlo pela segurança?
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