Fico satisfeito de que em breve teremos novos blogueiros de governo, que vão juntar-se a tantos bons exemplos que com frequência citamos aqui. O interessante é que as evidências do uso dessas ferramentas sociais que trazemos em nossos posts, tiveram até então a característica de serem, em geral, aplicadas pelo nível estratégico, daí fui buscar exemplos em grau operacional e, sem muito esforço, encontrei e espero que possam inspirar a todos.
Podemos iniciar pelo pessoal de linha de frente (atendimento direto ao cidadão) do Condado de Oakland, em Michigan-EUA, que criou um portal que combina blogs e fóruns, como meio de encorajar a participação e o diálogo entre os cidadãos, onde se discute desde o preço local da gasolina até o das taxas e impostos governamentais.
Por falar em taxas governamentais, o Franchise Tax Board, do Estado da Califórnia-EUA, criou um canal no YouTube para explicar, em linguagem simples (algumas engraçadas) e também em espanhol, o porquê e para onde vão os impostos arrecadados pelo governo. É, sem dúvida, bem melhor do que ler planilhas e pdf's.
Na Alemanha, perto de mil servidores públicos e especialistas do setor privado fazem parte de uma comunidade Xing, para discutir a nova geração de governo eletrônico. Algo muito parecido com o que tem o Governo de São Paulo com sua comunidade nósGov, que foi chamada por um de seus membros de "Orkut do Governo".
Agora a ferramenta de micro-blogging Twitter está entrando em cena no setor público. Cerca de 70 mil britânicos, por exemplo, acompanham o Primeiro Ministro Gordon Brown em suas atividades diárias através desse recurso, que também encontra sua utilização pelo executivo e legislativo dos Estados Unidos, confira a lista aqui.
Os exemplos são inúmeros e serão sempre notícia neste espaço. Se você pretende conhecer ferramentas e complementos de web 2.0, preparei uma lista de links para os alunos da oficina e deixei disponível aqui.
3 comentários:
Olá Alvaro,
Muito bom saber da iniciativa do Gov. de São Paulo. Gostaria de sublinhar o pioneirismo do Ministério da Cultura no tema, que além de promover o uso de blogs na gestão da interatividade entre o ministério e seus usuários, (veja o 'Blog da Reforma da Lei Rouanet' como exemplo), compartilha toda a tecnologia desenvolvida com as instituições interessadas em seguir o mesmo caminho (é o 'Xemelê').
Abraço, e parabéns pelo bom trabalho.
Zé Murilo,
Sem dúvida a iniciativa do Ministério da Cultura merece destaque, não só pelo pioneirismo, mas também pela qualidade do projeto Xemelê, que acompanho aos poucos.
Gostaria de saber porque um modelo tão bom não consegue "contagiar" os demais órgãos públicos.
Vc tem alguma percepção sobre isso ?
Grato por seu comentário, meu abraço,
Alvaro Gregorio
Alvaro,
Na minha opinião, o motivo pelo qual o modelo ainda não "contagiou" o governo está na estrutura organizacional típica do século passado, que separa a comunicação da tecnologia nas instituições. Caso esteja interessado, discorro mais sobre o tema no post "trajetória de um webmaster governamental".
Mas a maré está mudando, pois parece que finalmente estamos entrando no século 21. Hoje somos muito procurados por projetos de governo em busca de soluções para suas demandas web, e que não conseguem respostas compatíveis das áreas meio em seus órgãos de origem. Ou seja, quem está responsável por implementar sabe que o modelo Xemelê é o caminho, mas a estrutura engessada ainda não consegue assimilar a novidade.
É a velha história de manobrar o Titanic... :) Mas é importante ressaltar que o governo não é uma massa uniforme. Existem coisas muito boas e, infelizmente, coisas ruins acontecendo. Prefiro plugar no positivo e tratar de não perder o pique.
Seguimos fazendo nossa parte.
Abraço.
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