Finalmente, chegou a hora de pensarmos na tecnologia. Com princípios, talentos e uma nova visão organizacional em nossa agenda, já é possível pensar em tecnologia, não mais como uma calculadora de luxo, e sim como ferramenta estratégica. Para tanto, é fundamental que a prefeitura possua um plano estratégico de uso de tecnologia, que, é bom destacar, nada tem a ver com a produção de algum documento burocrático para ser guardado em armários empoeirados. Falamos, aqui, de um processo permanente de busca da inovação, que permita a construção de cenários ambiciosos que não sejam simples sonhos, e sim projetos com metas bem estabelecidas, conduzidos com profissionalismo e paixão.

A adoção responsável desta visão integrada, onde a oferta de novas tecnologias se harmoniza com as necessidades da população, tornará possível transformar qualquer município, por menor e mais isolado que seja, em uma cidade digital, integrada nacional e internacionalmente, utilizando redes com e sem fio (wireless), de alta velocidade (chamadas de banda larga, no jargão técnico), inimágináveis, até alguns anos atrás.

No próximo encontro, concluíndo o tema, falaremos por que isto é importante. Até lá.

Entenda o que é Cidade Digital II

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Os temas a serem refletidos, sobre os quais ficamos de voltar a falar são os seguintes:

Declaração de Princípios

Não há modernização sem princípios. É sobre eles que devem se assentar todas as ações da prefeitura. Ética, transparência, foco na cidadania, orientação para qualidade e universalização do serviço público são cartões de visita para toda municipalidade que queira praticar, de fato, uma nova gestão pública. Negligenciar nos princípios transforma a tecnologia, na melhor das hipóteses, em simples veículo para procedimentos nem sempre “saudáveis".

Talentos são bem-vindos

Mais do que atrair indústrias que, por conta da automação acelerada, a cada dia que passa, geram menos empregos, o grande desafio da prefeitura do século XXI, é atrair talentos, seja para morarem no município, seja para trabalharem na prefeitura. Lembre-se que, sem pessoas talentosas não há inovação, não há criação de conhecimento, o mais importante fator de produção dos dias atuais, responsável por mais de 50% da riqueza gerada nos países desenvolvidos.

O território municipal tem que se tornar um espaço de criatividade onde novas idéias possam ser geradas, colocadas em prática e testadas quanto a sua efetividade. Que tal transformar seu distrito industrial em distrito do conhecimento?

Por menor que seja, qualquer prefeitura pode fazer parte de uma rede global

Entidades lentas, burocráticas, cheias de departamentos, onde carimbos são disputados a tapa, são organizações incapazes de compreender as transformações sociais contemporâneas e as complexas demandas da cidadania. A modernização, sobre a qual estamos falando, passa, necessariamente, por uma revolução administrativa que objetiva transformar a prefeitura em um ponto inteligente de uma rede global, da qual fazem parte outras esferas de governo, a comunidade, parceiros da iniciativa privada, universidades, entre outros. Novos métodos de trabalho, com menos controles e mais produtividade, novos estilos gerenciais, com menos hierarquia e mais liderança, devem ser buscados, sem perda de tempo. Não é difícil fazer essa revolução? Com certeza, sim. E muito. Mas será ainda mais difícil se ficarmos apenas vendo a banda passar e esperar que as coisas aconteçam.

Sexta-feira, falaremos sobre o papel da tecnologia nesse imbróglio. Até lá.

Entenda o que é Cidade Digital I

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Qual a prefeitura municipal que não gostaria de ter em sua sede, e em seus órgãos, computadores de última geração, todos conectados entre si, tudo funcionando às mil maravilhas? Acreditamos que todas adorariam. Só que este sonho vai muito além da simples compra de tecnologia, que é, desculpem-nos dizer, a parte mais simples da encrenca.

Aquela música que nós não gostamos, vai se tornar boa só porque está sendo tocada em um moderníssimo aparelho de som de última geração? E aquele filme horrível, vai virar um clássico só porque está sendo assistido em um gigantesco telão de plasma? Claro que não. Com os computadores, não é diferente. Não adianta termos moderníssimas máquinas se dentro delas não circular a informação que a municipalidade precisa. E, infelizmente, é muito comum, vermos computadores modernos rodando programas inúteis, cujo maior efeito, para não dizer o único, é consumir os já combalidos recursos municipais.

A tecnologia não serve para nada, então? Longe disto. Nos dias de hoje, ela é tão importante que merece ser levada a sério e entendida em um contexto mais profundo. O que nós não devemos é nos iludir com o charme da tecnologia, uma vez que, ao munícipe, pouco importa que a prefeitura tenha os melhores computadores. Ele cobra, de fato, boa qualidade de vida, boas oportunidades de emprego e bons serviços públicos, entregues na hora certa, nos locais mais convenientes, ao menor custo possível Se perdermos de vista este referencial, teremos uma modernização apenas de fachada, pouco ou nada efetiva.

Embora não haja uma receita, certa e acabada, para modernizar, para valer, uma prefeitura, este esforço passa necessariamente por alguns temas que merecem ser melhor refletidos por todos aqueles que ajudam na árdua tarefa de administrar uma cidade.

Quarta, falaremos sobre isso. Até lá.
Aconteceu em Lisboa, no último setembro, a 4ª. Conferência Ministerial de eGovernment da União Européia na qual se entregaram os Prêmios Europeus de Inovação em Serviços Públicos através de implantação de TIC.
A premiação reconhece as melhores práticas em quatro áreas: i) Melhores serviços públicos para o crescimento e criação de emprego; ii) Participação e transparência; iii) Coesão e impacto social; e iv) Administração eficiente.

A seguir uma descrição breve dos quatro vencedores:

Melhores serviços públicos para o crescimento e criação de emprego
Holanda: HORECA1 - One Stop Shop for Hotel and Restaurant

Antes do HoReCa1 obter as licenças e alvarás necessários para abrir um bar, um hotel ou um restaurante em Amsterdam envolvia procedimentos difíceis, levados a cabo por mais de 18 autoridades holandesas. Mas a barreira para criar uma empresa está agora bastante mais condensada. Através do balcão de atendimento único do HoReCa1, os empresários de Amsterdam podem descobrir facilmente quais são os documentos que precisam e preencher um único formulário para obter sete licenças diferentes. O HoReCa1 conduziu a uma economia na ordem dos 1,6 milhão de euros por ano.


Participação e transparência
Noruega:
Mypage - Self Service Citizen
O Mypage é um portal do cidadão personalizado e seguro onde é possível para o cidadão acessar a vários serviços públicos num só local. É dada ainda a possibilidade aos cidadãos de controlarem a sua própria informação dentro dos vários serviços, promovendo-se a qualidade e transparência dos serviços públicos. O objetivo é que todos os serviços de maior interesse da administração pública, nas várias aéreas, estejam disponíveis no Mypage até 2009. A implementação deste projeto gastará perto de cinco milhões de euros.


Impacto social e coesão
França:
Besançon.clic
O objetivo do Besançon.clic é alcançar o maior número de pessoas possíveis, a fim de reduzir a infoexclusão. Embora a educação seja a prioridade principal da cidade de Bensançon, a população estudantil não é o seu único alvo. Desde 1999, têm sido implementadas algumas medidas como o financiamento de equipamento tecnológico a escolas primárias, hospitais, associações, lares de idosos e, mais recentemente, estabelecimentos de ensino no Senegal. Para além disso, foram desenvolvidas outras ações como a distribuição de um ebook pack a todos os alunos do 3.º ano do 1.º ciclo, incluindo um computador, e a abertura de acessos públicos multimídia nos limítrofes da cidade. Grande parte do material foi doado por empresas e reconstruído em centros de reabilitação de deficientes. O custo de implementação deste projeto ronda os 500 mil euros.

Administração eficiente e eficaz
Alemanha:
DVDV
O DVDV - Diretório da Administração de Serviços Alemão lista os serviços do Governo Eletrônico digitalmente. Em funcionamento desde 1º. de Janeiro de 2007, o projeto ajudou mais de 5.200 organismos de registro civil alemães a economizar perto de um milhão de euros por mês. O caso desenvolve uma infraestrutura confiável e segura baseada em protocolos abertos de Internet. Os seus custos de implementação foram avaliados em 300 mil euros.

Por último, o prêmio atribuído pelo público através de votação eletrônica coube ao projeto italiano Online Police Station, que permite aos cidadãos interargir com as autoridades policiais através da internet.
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