Latest entries
Como mencionei na minha postagem anterior, Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento são parentes próximos, característica esta que causa muita confusão quando se trata de implantar programas referentes a uma e outra modalidade.

Embora ambos sejam fundamentais para as organizações atuais, se não tivermos claro os impactos e as entregas de cada um deles, a possibilidade de venda de gato por lebre torna-se muito grande. Isto é ruim para ambas as ações.

Para começo de conversa, vamos esmiuçar as relações de cada um dos programas com as pessoas, o mais importante dos componentes organizacionais, considerando cinco atributos: qualificação, cultura, colaboração, liderança e empreendedorismo, e criatividade. As diferenças entr

e os dois programas tendem, espero, a tornarem-se mais claras a partir deste corte.

Em relação à qualificação, é inconteste que o sucesso de ambos os projetos depende da excelência dos profissionais envolvidos. Duas competências, em especial, são comuns neste caso: conhecer o negócio, sabendo para onde aponta o vento - essencial em tempos de mudança acelerada – e domínio da tecnologia da informação e comunicação. As demais habilidades requeridas são, no entanto, bastante distintas. A implementação de programas de Gestão da Informação demanda profissionais com bom domínio de métodos quantitativos e funções estatísticas para tratar dados e informações já exteriorizados, o chamado conhecimento explícito. Os de Gestão do Conhecimento requerem, prioritariamente, qualidades de articulação e fidedignidade, uma vez que o capital a ser trazido para a organização ainda reside na cabeça dos colaboradores, na forma de conhecimento tácito.

Na dimensão cultura, os impactos oriundos da implantação dos dois projetos são mais distintos. Embora ambos envolvam mudanças de postura, a Gestão da Informação conta a seu favor com o fato de que suas práticas já estão culturalmente mais maduras, facilitando sua disseminação pela Casa. No que toca a Gestão do Conhecimento, por envolver mudanças mais profundas em paradigmas organizacionais há muito arraigados, herdados da era industrial, e por estar ancorado no uso técnicas muito recentes, ainda pouco familiares para a grande maioria das organizações, tais como comunidades de prática, storytelling, gestão de idéias, só para exemplificar, o caminho será sempre mais longo.

No que aponta para a colaboração, ela é estratégica em ambos os programas. A vantagem para os programas de Gestão da Informação, é que estes trabalham com uma matéria prima que já foi exteriorizada, que já pertence à organização, ainda que em muitos casos capturadas por silos, que dificultam sua circulação, baseados no surrado e ultrapassado bordão “informação é poder”. Já a Gestão do Conhecimento tem que ultrapassar uma barreira a mais, qual seja estimular as pessoas a colocarem à disposição da organização o seu conhecimento tácito, saber interiorizado de difícil articulação e que jamais será arrancado a fórceps, o que por si só já mostra a necessidade de relações interpessoais profundas, normalmente não requeridas nos projetos de Gestão da Informação.
Também no quesito liderança e empreendedorismo, os programas de implantação de Gestão do Conhecimento envolvem intervenções mais complexas. Ainda que as organizações modernas, todas elas requeiram lideranças fortes que saibam motivar times, o gás a ser dedicado a sensibilizar para a importância do conhecimento será ainda mais forte, pois implicará em mexer em zonas de conforto, conviver com o erro, e correr outros riscos que demandarão, além de liderança, forte espírito de empreendedorismo interno.

Finalmente em relação à criatividade, enxergo aí a maior diferença entre projetos de Gestão da Informação e do Conhecimento. Enquanto o primeiro repousa em rotinas, o segundo, em quebra de rotinas. Explicando melhor, a sociedade do conhecimento, com seus curtíssimos ciclos de vida, irá despejar, cada vez mais, sobre as organizações situações e problemas inéditos e, por isso mesmo, não captados pelo espelho retrovisor. Lembram-se da organização que aprende do Peter Senge? É por aí. Sobreviver, neste cenário, implicará em um suceder de novos produtos e serviços, cada vez mais intensos em conhecimento, fruto de soluções ousadas e criativas.

Para encerrar, o quadro abaixo dá uma resumida nas relações aqui comentadas.



Na próxima postagem, continuaremos esta "saga", falando sobre informação, conhecimento e a dimensão tecnológica.

Inovar é Viver

0 comentários
A inovação está na crista da onda. Em qualquer uma das mídias hoje disponíveis, nunca tanto espaço foi dedicado a este tema.

Será mais um modismo?

Não creio, e explico o porquê.

Se observarmos a trajetória das inovações, desde o início da era da pedra polida, algo em torno de 9.500 AC, até os dias atuais, veremos que o número de inovações tem crescido exponencialmente, século após século. Para quem quiser conferir esta saga, recomendo a leitura do livro “100 invenções que mudaram a história do mundo”, de Bill Yenne. Aqui no Brasil, acho que ele só é encontrado em sebos. Já em Portugal, me informa o Álvaro Gregório, ele pode ser obtido na Livraria Bertrand.

Em anos mais recentes, avanços importantes nas áreas da nanotecnologia, biotecnologia, novos materiais, química fina, entre outras, sugerem que este ritmo está longe de arrefecer. Ao contrário, penso que entramos em uma espécie de era da inovação continuada. Em breve, leremos nos jornais uma seção chamada, inventos de ontem.

Bem, mas vamos ao que mais nos interessa sobre esta questão. E os governos, como ficam nesse mundo?

Obviamente, se a sociedade se renova a cada momento, os governos só se manterão vivos e representativos dessa sociedade se eles mesmos se reinventarem a cada momento. Não há outra saída.

Esta é, aliás, a sinalização presente no Manual de Oslo, o mais completo banco de informações e indicadores sobre inovação existente no mundo, desenvolvido em conjunto pelo Eurostat, organismo responsável pelas estatísticas da Comunidade Européia e pela OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Em sua 3ª. edição, datada de 2005, traduzida para o português pela FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos, o citado documento, pela primeira vez, inclui o setor público como “locus” promotor de inovações, especificamente nos setores de saúde e educação.

Outra importante sinalização do Manual de Oslo, que interessa de perto aos governos, diz respeito a ampliação do conceito de inovação antes centrada em processos e produtos industriais para abranger avanços nos modelos organizacionais.

Embora o setor privado da economia já dispense atenção redobrada para este tema, há alguns anos, para os governos em geral, o jogo da inovação está só começando devendo ainda merecer muita reflexão para que se possa adaptar seus demorados rituais, às demandas de uma sociedade que se desloca em um trem bala.

Para o bem da democracia, esta reflexão não pode tardar. Esta e outras postagens sobre este tema feitas anteriormente aqui no iGov Brasil são nossa pequena contribuição para este debate.
Na edição do podcast Pensando Alto, que gravamos na semana passada, começamos a detalhar o modelo de governo aberto, ou open data government, que brevemente havíamos comentado aqui no iGovBrasil, mas ainda necessita de aprofundamento.

Tenho razões para crer que a inclusão de Open Data na pauta de inovação dos governos é, mais que uma questão de tempo, uma questão de princípios e espírito inovador, capaz de efetivamente aplicar a transparência, a participação e a colaboração na relação governo-cidadão. É, não tenho dúvidas, o melhor a ser feito atualmente pelos dirigentes em governo eletrônico em benefício do governo e da sociedade.

Para os desenvolvedores dos EUA, por exemplo, que usam as bases do Data.gov, a Fundação Sunlight mantém, além de tutoriais, o concurso Apps for America, destinado às melhores aplicações feitas com as bases governamentais, com prêmios que variam de US$ 500 a US$ 10.000 para as ferramentas e APIs desenvolvidas, implantadas e submetidas ao júri, composto por Tim O'Reilly e Chris DiBona, entre outros. Isto apenas ilustra o quanto e como é importante estimular a sociedade, para que novos serviços públicos eletrônicos possam ser produzidos e compartilhados.

Também no Canadá já se percebem iniciativas de Governo Aberto. O site Visible Government, mantido por uma sociedade privada e sem fins lucrativos, promove o desenvolvimento de ferramentas online que visam a transparência de governo e que usam dados apoiados em fontes digitais oficiais.

Entre os projetos da iniciativa canadense, destaco o Disclosed.ca, que recolhe as informações sobre contratos públicos em mais de uma centena de sites federais e torna essas informações facilmente pesquisáveis e trabalhadas pelo cidadão comum. Uma aplicação que facilita aquilo que o governo já divulgava na rede mas, por comodidade ou intenção, de forma complicada e sem ligações inteligentes.

No Brasil, espero pelo dia em que as bases de dados governamentais estejam abertas para download, de modo que a sociedade, para a qual pertencem essas informações, passe a produzir mais conhecimento sobre seus governos e melhor decidir sobre seus caminhos.

A cada dois anos acontece na Comunidade Européia, a Conferência Ministerial de Governo Eletrônico, reunindo todos os países membros em torno do planejamento de novos serviços públicos eletrônicos, em benefício do cidadão, do governo e da comunidade. A próxima reunião acontecerá neste 2009, entre 18 e 20 de novembro, em Malmö, ao sul da Suécia, de onde nascerá uma nova declaração de governança eletrônica projetada até 2015.

A declaração de 2007, também chamada Declaração de Lisboa, apoiou e atualizou o i2010, Plano de Inovação em Governo europeu, brevemente comentado aqui, considerado um dos mais arrojados planos intergovernamentais desde a criação da CE.

Para a reunião de novembro, entretanto, haverá uma novidade em termos de participação popular, seguindo o estilo estratégico do governo Obama, comentado em nosso post anterior. Os nossos já conhecidos David Osimo e Paul Johnson, inspirados na estratégia americana de captação de idéias para o fortalecimento colaborativo de propostas inovadoras, criaram o Open Declaration on Public Services 2.0 que, além de blog, conta com um mecanismo participativo de envio e votação de idéias, semelhante ao Open Government Dialogue americano.

Essa plataforma denominada Public Services 2.0, criada com a ferramenta social UserVoice, atende a primeira fase de brainstorm (seguindo a estratégia Obama), e coloca a seguinte questão-teaser aos participantes:
Quais são as principais coisas que os governos da União Européia devem fazer nos próximos três anos, usando a Web para transformar os serviços públicos?
É interessante, ao ver os resultados parciais, que as três primeiras propostas mais votadas referem-se a abertura das bases de dados governamentais ao uso público (open data government).

As contribuições devem ser postadas e/ou votadas até 15 de julho, após o que serão consolidadas até agosto, para serem revistas e comentadas em ambiente público entre setembro e outubro, para que finalmente sejam organizadas e apresentadas na reunião de Malmö.

Contudo, diferente da estratégia norte-americana, esta parte da sociedade civil que, espero, obter representatividade e encontrar ouvidos na Conferência Ministerial.

Apenas como nota, acontece hoje, dia 6, em Londres, o Reboot Britain, que também deve trazer adesões ao Public Service 2.0.

Nos últimos meses estivemos perguntando a personalidades do mundo acadêmico, empresarial e governamental o que é inovação e como inovar em governo, ao mesmo tempo em que nos aprofundamos na estratégia da gestão Obama, como fonte de inspiração e tendência ao que viria na migração do e-gov (electronic government) para o i-gov (innovation government).

As respostas, além de variadas e enriquecedoras, trazem em comum a dificuldade em apresentar um modelo ou exemplo a ser seguido.

Nessa mesma busca pela inovação, o governo americano veio a público, pela internet é claro, para convocar a população que quisesse repensar e propor novas formas de gestão pública, oferecendo não apenas o compromisso da interação, mas principalmente disponibilizando ferramentas de participação, colaboração, transparência e engajamento, de modo a conduzir juntos a inovação em governo.

De fato, essa era a primeira fase de uma revolucionária estratégia que pretende, entre outras coisas, abandonar o modelo de governo eletrônico entregador unilateral de informação, que se vale de um monólogo em sua comunicação com o cidadão para entregar serviços em formato web, do ponto de vista tecnológico, mas formato balcão sob a ótica social, distante do diálogo que a rede permite, aliás mais do que diálogo simples, são os diálogos múltiplos que hoje presenciamos na rede e não encontramos no governo.

A estratégia é então composta de três fases:
fase 1: Brainstorm - A população compartilha suas idéias de como tornar o governo mais aberto e eficiente, tanto postando suas recomendações, quanto votando nas idéias dos demais, através do site Open Government Dialogue. O objetivo desta fase foi atender às seguintes questões:
  • Como as operações do governo podem ser mais transparentes e responsáveis?
  • Como os comitês consultivos federais de legislação, regulamentação e eletrônicos podem ser melhor utilizados para melhorar a qualidade das decisões do governo?
  • Quais modelos alternativos para melhorar a qualidade das decisões dos gestores públicos e ao mesmo tempo possibilite o aumento da participação cidadã nestas decisões?
  • Quais estratégias poderiam ser empregadas para obtermos uma maior utilização da web 2.0 nas agências públicas?
  • Quais políticas estão impedindo a inovação no governo atualmente?
  • Qual o melhor caminho para mudar a cultura de governo, para que compreenda a colaboração ?
  • Quais mudanças devem ser feitas na formação ou contratação de pessoal, que favoreçam a inovação?
  • Quais os modelos de avaliação de desempenho são necessários para determinar a eficácia de uma política de governo aberto?
Com duração de uma semana, entre 21 e 28 de maio, o brainstorm nacional reuniu online 4.208 idéias vindas dos cidadãos, dando início a segunda fase.

fase 2: Discussão - Para a triagem e o aprofundamento das contribuições, bem como a classificação e identificação dos desafios apresentados na fase 1. Para tanto, o governo, por meio do Escritório de Política em Ciência e Tecnologia, montou um blog reportando as discussões e permitindo os comentários e outras contribuições dos cidadãos.

fase 3: Elaboração (Drafting) - Permanece o incentivo à colaboração no desenvolvimento das idéias inovadoras a fim de transformá-las em princípios para ações específicas de governo, com o objetivo de dar respostas a:
  • Quem? - Quem está sendo direcionado para fazer o quê?
  • O quê? - Qual é a recomendação destinada a atingir?
  • Por quê? - Porque é importante?
  • Como? - Como o sucesso é medido?
Esta fase, tida como final na White House Open Government Initiative, será encerrada no próximo dia 6 de julho, entretanto algumas iniciativas de inovação já podem ser vistas (e seguidas) consultando a Galeria de Inovações do Governo Aberto.

Das inovações já apresentadas, a que provoca maior admiração é a Data.Gov. Nesse site, o governo americano apresenta uma plataforma para o Open Data Government, disponibilizando à sociedade suas principais bases de dados, consideradas de interesse do cidadão, em formatos amigáveis como o xml, para que indivíduos, associações, comunidades e empresas possam produzir aplicações web e conhecimento, apoiados em bases governamentais.

Os benefícios, para além dos novos serviços públicos eletrônicos, produzidos pela sociedade e que facilmente veremos em breve, somam-se a transparência efetiva, a inovação científica e educacional e o engajamento cívico que vive seu ressurgimento naquele país. Veja o vídeo promocional:



Creio que será, depois disso, no mínimo, anacrônico discutirmos se o governo deve ou não publicar os salários dos servidores. Também acredito que esteja nessa estratégia a resposta para a morte do governo eletrônico e o surgimento real da inovação em governo.

O ovo e a galinha

3 comentários
Há uma crise não contabilizada em nossos noticiários. De fato, não é tão abissal quanto a crise econômica (que por aqui foi considerada marola), nem tão pandêmica quanto a multinomeada gripe suína, mas sim é uma crise: o Brasil sofre a crise da inovação.

Li no blog do Nassif que "o Brasil é responsável por 2% das publicações científicas no mundo, e por 0,2% das patentes – isso significa que a inovação no país é 10 vezes menor que a produção científica.". Se o problema está na qualidade inovadora da produção científica nacional, nossa ufana criatividade não tem prestado a nada.

O relatório de referência, preparado pela Intelligence Unit, da revista semanal inglesa The Economist, intitulado A new ranking of the world's most innovative countries, aponta que o Brasil caiu mais uma posição nesse ranking em 2008, ocupando um distante 49o. lugar (de um total de 82), atrás de países como Portugal (33o.), Argentina (41o.) e Cuba (44o.). O ranking considera não apenas a quantidade de patentes requeridas nos EUA, Europa e Japão, mas também a estrutura de pesquisa e desenvolvimento presente em cada país e o nível técnico da força de trabalho, capaz de promover a inovação.

Parte que mais afeta nosso foco nessa crise de inovação, é a inanição do governo eletrônico. Esse desalento foi mesmo apontado pelo Vagner Diniz, na abertura do CONIP 2009, quando declarou que "o e-gov está morto". Em nosso entendimento, morto está o termo e a forma de praticar, pensamos em i-Gov, inovação em governo, onde a porção "eletrônica" ocupa seu espaço instrumental, sem distrair o bom senso estratégico e inovador que deve prevalecer na dinâmica de governo.

No mesmo evento, em outra palestra, foi citado um outro ranking, preparado pela ONU sob o título United Nations e-Government Survey 2008 From e-Government to Connected Governance, comentado aqui anteriormente, onde o Brasil ocupa a 45a. posição na tabela de 2008. Há seis anos, em 2003, tínhamos o 18o. lugar em melhores práticas nesse mesmo ranking. Ora, alguma coisa está acontecendo desde 2003 e ainda não percebemos.

Ao comparar os dois relatórios percebo que entre os vinte países mais inovadores estão os dez primeiros em melhores práticas de governo eletrônico, ou de inovação em governo. Começa a ficar clara a ligação de que países mais inovadores em tecnologia, métodos e processos científicos conseguem ser os mais inovadores em gestão governamental.

Ou o inverso é mais verdadeiro ?

Tecnologias que pegam

1 comentários
Anualmente o News Media Consortium, por meio do Horizon Project, pesquisa, identifica e classifica as tecnologias-chave que afetarão o ensino, a pesquisa e a criatividade na sociedade, abrangendo o mundo acadêmico, corporativo e governamental, tornando público esse trabalho através do Horizon Report, disponibilizados no wiki do projeto desde a edição de 2004.

Há pouco mais de um ano, dávamos conta aqui das tecnologias apontadas pelo relatório de 2008, que coloca uma margem de adoção que varia de menos de um ano a até cinco anos, onde despontavam a popularização da linguagem de vídeo, web colaborativa, banda larga móvel, data mashups, inteligência coletiva e sistemas operacionais sociais.

No relatório deste ano, o projeto apresenta as seguintes tendências, agrupadas segundo o tempo para adoção:
  • menos de um ano: mobilidade e computação em nuvem
  • de dois a três anos: geo-tudo (entendido como a ampliação da tecnologia de geolocalização estendida a equipamentos de uso comum) e web-personal (aqui a confirmação do protagonismo do usuário)
  • de quatro a cinco anos: web semântica e objetos inteligentes (popularização de rfid e smart cards)

Parece que também em tecnologia, como dizem das leis, tem umas que pegam e outras não.

Numa rápida análise, observamos que algumas tecnologias, consideradas no relatório anterior de 2008, desapareceram ou foram antecipadas em sua adoção, ou ainda, sofreram um reagrupamento. Por outro lado, outras parecem ressurgir ou revelam o óbvio para aqueles que acompanham a tecnologia, como por exemplo a questão da mobilidade.

De fato, a mobilidade é apontada desde o relatório de 2005, inserida naquela ocasião na tendência de ubiquidade e no tempo de até um ano para "pegar"; a mobilidade também retornou no relatório de 2006, dessa vez realinhada para um horizonte de dois a três anos. No atual, a tecnologia emerge para os próximos meses... será ?

Longe de apresentar uma crítica ao relatório, que a propósito julgo excelente, quero refletir sobre essa paralisia, tanto na iniciativa privada quanto pública, em desenvolver aplicações móveis para a educação, saúde, transportes e demais áreas; só o que tenho visto é "envie um SMS para tal e concorra a tal prêmio" e isto é lamentável, para dizer pouco.

No CONIP 2009, que encerra hoje, participei de um painel discutindo brevemente a estrutura e serviços em Mobile Government e tive a oportunidade de levar essa reflexão aos presentes, em mesa coordenada pela Profa. Maria Alexandra Cunha, quem coordenou também a excelente pesquisa sobre usuários de governo eletrônico. A cópia dos slides da apresentação está aqui.