Para suplementar os quatro posts que o JAC escreveu no início do mês sobre cidades digitais, indico a visita ao Guia das Cidades Digitais, um site engajado na defesa da banda larga como serviço de governo, apresentando as justificativas e vantagens de se criar cidades digitais em países em desenvolvimento.

De lá, retirei os principais benefícios dessas iniciativas:

Para o Governo
Modernização da administração pública, com a integração, via computador, de todas as entidades diretas e indiretas; integração das estruturas tributária, financeira e administrativa; aumento da arrecadação tributária; melhoria da fiscalização; acesso mais imediato às informações e serviços; comunicação via VoIP (voz sobre o protocolo de Internet).

Para a Cidadania
Instalação de telecentros a custos reduzidos; disseminação de terminais para consultas e reclamações por parte dos cidadãos; acesso à Internet para os cidadãos, produção de conhecimento.

Na Educação
Integração das escolas a outras instituições de pesquisa e ensino; laboratórios de informática; acesso a acervos de livros e documentos históricos; capacitação dos professores.

Na Saúde
Gestão integrada dos centros de assistência à saúde; interligação com serviços de emergência como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil; uso de novas tecnologias, tais como videoconferência e telemedicina.

Em Segurança
Interligação via computadores de órgãos como as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros; instalação de câmeras de vigilância via Internet em pontos mais vulneráveis da cidade.

Na Economia
Acesso à Internet sem fio para pequenos empresários; comunicação mais barata com entidades de classe ou empresários de outra cidade/região através da Internet ou da telefonia VoIP; incentivo ao turismo.

No site existe também orientações de como construir uma cidade digital, com dicas de financiamento e um passo-a-passo para o desenvolvimento virtual. Há ainda uma área de compartilhamento de experiências, postadas através de formulário.

Acesse aqui o Guia.
O Banco Mundial publicou no início deste mês, através do IFC - International Finance Corporation, o relatório Smart Lessons, reconhecendo o projeto português Empresa na Hora como uma boa prática mundial na criação de empresas.

O projeto refere-se a um "one-stop shopping" online, ou seja, um tipo de Poupatempo para empresa e empresário, que funciona pela Internet e racionalizou todos os processos de abertura de empresa em Portugal, reduzindo drasticamente os 78 dias necessários para abrir um negócio, para menos de uma hora.

Enquanto isso o Governo de São Paulo, que criou o projeto Desatar o Nó, promete uma iniciativa de porte parecido usando a mesma tecnologia, mas até o momento o nó está apertadíssimo.
Bons guias ou modelos estão no Plano de Tecnologia de Portugal e no já por vezes aqui elogiado SIMPLEX.


Em tempo: só para pegar carona, no site do Banco Mundial tem uma aplicação de mashup com o Google Maps que merece atenção, acesse aqui o GeoWorldBank.
É animador o crescimento de banda larga pública e sem fios em várias cidades do mundo, fortalecendo a idéia, anteriormente publicada neste blog, de que esse novo serviço de governo é tão importante quanto o fornecimento de água ou a construção de avenidas e rodovias.
Quando pensamos no caótico trânsito de metrópoles, como em São Paulo, percebemos que evitar os vários deslocamentos durante o dia é possível se houver oferta de conexão à Internet, gratuita e pública, para o aumento da produtividade e comunicação virtual sem os dissabores dos congestionamentos.
Por outro lado, o acesso sem fios em cidades distantes do centro possibilita a integração de seus habitantes na grande rede, onde podem oferecer e captar serviços e produtos para o seu desenvolvimento, além é claro de facilitar a permanência do turista na cidade.
Outros tantos benefícios existem nessas iniciativas, quer nas áreas de educação, saúde, emprego ou gestão pública, e podem ser encontrados no MuniWireless, um blog que se assemelha a um observatório da boas práticas em conexão sem fios em cidades digitais.
Apesar de ter um foco mais voltado às experiências dos EUA, também podemos encontrar referências brasileiras em seus artigos, clicando aqui.


Por que é importante ser um município digital?

Motivos não faltam, vejamos:

- Democratizar os saberes e transformar a maneira de educar, formando cidadãos capazes de conviver, de se comunicar e dialogar em um mundo interativo e interdependente;

- Integrar toda a comunidade on-line, encorajando os seus munícipes a interagir com a prefeitura, dando visibilidade e garantindo acesso as ações do poder público, criando sistemas de consultas publicas (e-democracia), nos quais as decisões sejam compartilhadas e possam contribuir para melhorar a qualidade de vida dos munícipes;

- Potencializar o desenvolvimento econômico local por meio de redes de empreendedores, aumentando sua vantagem competitiva na economia global;

- Utilizar os recursos digitais para recuperar, valorizar e divulgar a memória cultural e ambiental e explorar de forma artística e lúdica diferentes meios de linguagem.

Dessa forma, a prefeitura estará dando passos largos rumo à seletiva era do conhecimento. Mais do que recursos financeiros, esse trajeto dependerá de idéias, patrocinadores que acreditem em projetos ousados e do envolvimento da comunidade.

Ainda há alguns ingressos, quem se habilita?