Roberto Meizi Agune é mais do que um especialista em governo eletrônico, de fato é um dos criadores do e-Gov no Governo do Estado de São Paulo. Por sua vez, José Antonio Carlos, o Pepe ou o JAC quem também colabora com este blog, é uma autoridade quando se fala em gestão de conhecimento na área governamental.

Ambos se uniram e escreveram um excelente artigo na B2B Magazine, sob o título "I-GOV: O Futuro é Inovação", que é praticamente um conjunto bem explicado de conceitos, definições e críticas que passam a nos guiar sobre o tema iGov.

Entre as análises da dupla, argumentam que "o governo só ingressará na era do conhecimento e da inovação quando a questão for tratada de forma prioritária. Isso significa, de início, colocar tal questão na agenda política, fato que até agora não vem ocorrendo de forma sistemática. Os programas, planos e projetos envolvendo a tecnologia da informação devem merecer tratamento estratégico, e as ações de curto, médio e longo prazos, por eles propugnadas, devem ser devidamente “consensuadas” com os diversos setores da sociedade, de alguma forma envolvidos com a questão, uma vez que a visão aqui proposta não cabe realizá-la no estrito âmbito do governo, que, ao contrário, deverá buscar parceiros no segmento privado. É bom termos em mente que, na sociedade do conhecimento, uma infra-estrutura de banda larga é tão ou mais importante do que uma estrada, por exemplo, mas poucos têm plena consciência disso, fora do segmento técnico, embora esse tema e os seus desdobramentos extrapolem fortemente tal escalão."

Leia o artigo integralmente aqui.
Seattle é a cidade "mais tecnológica" dos Estados Unidos, segundo a pesquisa GeekCities, da revista americana Wired Magazine. No artigo, a publicação enumera as 10 cidades mais avançadas no território americano, em termos de desenvolvimento e implantação de novas tecnologias.

O segundo lugar é ocupado por São Francisco, seguido por Los Angeles e Austin. A capital americana de Washington DC é a lanterninha do top ten.

O curioso deste ranking são os critérios de avaliação, que segundo a editora baseiam-se em metodologia algorítmica da NASA e Google, considerando itens como a proximidade das cidades com escolas superiores de engenharia, a disponibilidade de acesso gratuito à internet via wireless e a quantidade de livrarias de histórias em quadrinhos per capita.

Acesse os resultados aqui, em inglês.

Conhecimento em Rede

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Trabalhar em rede e estimular a criação de ambientes favoráveis à produção e disseminação do conhecimento são práticas comuns ao seleto conjunto de organizações inovadoras. Atento a importância do tema, o mercado editorial vem colocando à disposição dos interessados na questão da inovação, um número crescente de títulos.

Um dos mais recentes e bem elaborados livros sobre o tema, chama-se “O Conhecimento em Rede - Como Implantar Projetos de Inteligência Coletiva”, escrito por Marcos Cavalcanti e Carlos Nepomuceno, especialistas em Gestão do Conhecimento.

Marcos Cavalcanti é professor do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ e coordenador geral e acadêmico do Centro de Referência em Inteligência Empresarial (Crie), também da COPPE, enquanto Carlos Nepomuceno é professor do MBA em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial (MBKM) do Crie e consultor especialista no assunto.

Segundo os autores “Estamos migrando da Sociedade da Informação para Sociedade do Conhecimento. É a era do compartilhamento de idéias e do uso massificado de ferramentas como o Orkut, My Space, You tube, ferramentas interativas. Com isso, a Internet precisa deixar de ser um meio de comunicação para se tornar um meio onde as pessoas interagem produtivamente, com resultados positivos para os indivíduos, comunidades e o país, o que requer uma ação integrada”.

Se você está preocupado com a mudança acelerada das organizações e percebe que, parafraseando o Barão de Itararé, “há algo no ar além dos aviões de carreira”, esta obra não pode faltar em sua mesa de trabalho. O livro foi editado pela Campus/Elsevier e tem como preço referencial R$ 39,00.
Contando atualmente com 290 cases de sucesso em e-Gov na Europa, o eGovernment Good Practice Framework é uma excelente fonte para aqueles que estudam TI e Gov, por oferecer ampla documentação sobre as iniciativas bem sucedidas naquele continente.

Mantido pela The European Commission, DG Information Society and Media , o site traz entre seus objetivos a criação de uma base de conhecimentos em e-Gov para ser compartilhada por todas as nações, com projetos que ofereçam capacidade de reprodução e adoção de boas práticas por outros governos.

Além dos cases, o site também oferece download para vários documentos, entre eles o já famoso Plano de Ação i2010, onde lê-se que "nenhum cidadão ficará para trás: o eGovernment somente fará diferença se todos puderem usar. A Comissão trabalhará com os Estados-membro para certificar-se de que até 2010 todos os cidadãos, não obstante o gênero, idade, nacionalidade, renda ou a inabilidade, terão o acesso a uma escala larga de tecnologias tais como a TV Digital, os PCs e telefones móveis. ".

Vale a visita ao site, clicando aqui .
Uma grande tendência que deve contagiar as ações de inovação em e-Gov está na utilização de mashup, que é uma mesclagem de aplicações públicas para um serviço específico.

O primeiro mashup que vi com autoria de governo foi o da Cidade de Nova York, que criou no final do ano passado uma aplicação online em comemoração aos 40 anos de filmes rodados em NYC. Trata-se de um mapa interativo que cruza informações cinematográficas com as ruas de Nova York que vale a pena ser visto.

Mais recente é o Congressional Travel Maps, que é utilizado como uma ferramenta de transparência política nos EUA. Ele mostra em um mapa onde está e para onde viajou cada congressista norte-americano, acusando o custo da viagem e um ranking com os políticos que mais viajam. Tudo isso é possível graças à mesclagem [mashup] do Google Maps com o banco de dados do Open Secrets, um site de monitoramento das contas da política norte-americana.

Podemos pensar em alguma aplicação desse nível no Brasil ? Com certeza vamos voltar a falar de mashups e governo neste blog.

Para acessar uma lista de mashups disponíveis na web acesse aqui. Raríssimos de governo, ainda.

e-Gov e crescimento do PIB

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Um estudo da Comissão Européia indica que o impulso das iniciativas de eGov provocará um crescimento de 2% do PIB na Europa durante o período que vai de 2005 a 2010.
O informe “eGovernment Economics Project (eGEP) Economic Model” considera diversas variáveis, entre elas o incremento da produção do setor público e a eficiência das Administrações Públicas que contribuem diretamente para a economia e desenvolvimento produtivo das empresas privadas.

O estudo econômico tem por objetivo determinar o impacto da introdução de Novas Tecnologias no setor público e na sociedade e suas conclusões indicam claramente a melhoria da produtividade e, por consequência o resultado final de todos os serviços oferecidos aos cidadãos.

Para download do relatório, clique aqui.
Para conhecer os estudos nesse sentido, feitos por Florencia Ferrer para o Governo do Estado de São Paulo, visite o Relógio da Economia.

Desde 2002 o governo da África do Sul mantém o Centre for Public Service Innovation, uma agência voltada a processos inovativos e tecnologias de informação para o serviço público.

Sua missão é promover e apoiar inovações que tenham aplicabilidade prática para o governo e sociedade, através de parcerias, de disponibilização de facilidades e compartilhamento de conhecimento.

Uma das práticas que a agência implantou recentemente tem por modelo o One-Stop Shopping, também adotado pelo Poupatempo paulista, e essa experiência pode ser acessada aqui.
A Grã-Bretanha colocou a disposição do cidadão uma experiência piloto online com a utilização de ferramentas digitais para acessar as receitas médicas do Departamento de Saúde do governo.

NHS Connecting for Health é o nome desta iniciativa que tem por objetivo facilitar o trabalho dos médicos através do uso de padrões profissionais e inclusão de ferramentas nas plataformas fixas ou móveis, via PDAs ou celulares, por exemplo.

Os resultados serão avaliados em breve para depois tornar-se uma versão aberta e definitiva a toda a população ainda em 2007.

Segundo os responsáveis do projeto, o sistema é "uma oportunidade única para conseguir o envolvimento profissional de enfermeiras e médicos que prestam serviços remotos", onde a tecnologia poderá melhorar a confiabilidade de informação e a segurança dos pacientes.
Conheça o excelente site do NHS e também o experimental Connecting for Health.
É bom lembrar que as boas práticas em governo tem, sem exceção, um ponto comum: o foco no cidadão.

Recentemente a INVOLVE, organização independente criada em 2003 no Reino Unido, publicou o relatório "People&Participation: How to put citizens at the Heart of decision-making", resultado de extenso trabalho envolvendo técnicos, especialistas e cidadãos em uma pesquisa que abordou desde métodos de participação até seus efeitos para a democracia.


Destaco o capítulo 3 - Planning for participation, em que se apresenta toda a estrutura para a execução de um processo participatório.


Faça o download do relatório, em inglês, aqui.
Tereza Porto, competente dirigente da PRODERJ e da ABEP, escreveu
recentemente um artigo que é uma pequena introdução à Economia da Criatividade.
Trata de uma reflexão sobre a mudança de paradigma da criatividade, destacando que "Apesar de abraçar idéias facilmente codificáveis como as de "criatividade", "inovação" e "design", o termo "Economia Criativa" é bastante abrangente e vem sendo interpretado de maneira distinta pelos países e organizações ao redor do mundo. De todo modo, como costuma acontecer neste museu de grandes novidades que é o mundo pós-moderno, não estamos diante de nenhuma mudança tão abrupta, mas sim de uma nova forma de agrupar e encarar as atividades baseadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual, cujo potencial para a criação de riqueza e geração de empregos se dá através da exploração da propriedade intelectual."
Leia a íntegra no site da Alice Ramos.
Para saber mais sobre economia criativa, clique aqui.
A cidade de São Francisco e a empresa EarthLink fizeram um acordo provisório para oferecer acesso à internet grátis. O objetivo é se transformar na primeira cidade americana a oferecer um serviço municipal de Wi-FI em todo seu território. Leia no El Pais. O interessante é que esse assunto foi notícia em abril de 2006, pelo IDG NOW, só que mencionava um terceiro parceiro: a Google.

Em Portugal, desde outubro último, foi implantado o projeto "Jardins Digitais" pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com Portugal Telecom, utilizando a mesma tecnologia (wi-fi) também para acesso gratuito do cidadão. Veja no Jornal de Negócios.
 
Por aqui, nossos modelos continuam sendo as cidades de Piraí - RJ e Sud Mennucci - SP.
Destaque do discurso de posse do Governador de São Paulo, José Serra, em 01/01/07:

"...Criar é transformar, é inovar. Não tenho medo do novo. Não há bom governo na história que não tenha ousado. E eu vou ter a coragem de ousar, enfrentando interesses quando for preciso, aumentando o controle do Estado pelo Estado, e estimulando o controle do Estado pela sociedade, pelo povo.".

Para ler o discurso de posse na íntegra> http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2007/jan/01/124.htm